VOZ PRÓPRIA – Poesia Resistência e Liberdade

40.00

Jorge Ginja e Mário Viegas

In-Libris & Direção Regional de Cultura do Norte

2021 | 9789728474225 | 194 pp.
Este livro provém de um achado. Um achado “arqueológico”, se assim lhe quisermos chamar. Transporta-nos a um tempo em que a poesia não podia dizer. As bobines que Jorge Ginja guardou por mais de 50 anos foram gravadas pedindo ele, emprestada, a voz a Mário Viegas para que lhe dissesse as poesias que queria levar para a guerra. Fazemos agora, com elas, um livro. Constitui-se por estas palavras (outrora) ditas pelo jovem Viegas quando tinha 21 anos. Criamos-lhe dois caminhos: um, pode ser percorrido por via dos dois compact disc colocados na pasta anterior deste livro e leva-nos ao todo da obra gravada; outro, oferece-nos cada texto individualmente. O leitor encontrará, no início de cada escrito, um pequeno QR code a que facilmente poderá aceder com o seu telemóvel. Este é o caminho que nos leva a cada poema, um de cada vez. Nas portadas que anunciam a poesia e o teatro, um QR code o guiará até ao conjunto destas secções em modo contínuo. Estas gravações não foram criadas com a intenção de se virem a tornar públicas, pelo que se verificam algumas pequenas divergências entre os textos ditos e os textos impressos nas edições originais que optámos por aqui utilizar.” Abrem o livro os textos “Uma breve palavra” de Manuela Jorge e “Um gravador, uma fita e a poesia” de Manuel Alegre. Bela edição com chancela da In-Libris, acompanhada por 13 imagens saídas da objectiva do fotógrafo Paulo Gaspar Ferreira, impressas a negro sobre papel creme. A pasta da frente alberga dois Compact Disc’s que registam a voz de Mário Viegas dizendo os textos que integram esta edição. A presente edição é composta pelos textos: POESIA 01. Elegia para uma gaivota — Sebastião da Gama 02. [Nunca encontrei um pássaro morto na floresta] — José Gomes Ferreira 03. Liberdade — Armindo Rodrigues 04. Homem, abre os olhos e verás — Armindo Rodrigues 05. [Palavras não existem] — Gastão Cruz 06. Correio — Manuel Alegre 07. Rosas vermelhas — Manuel Alegre 08. Fala de um viajante de terceira classe — Manuel Alegre 09. Metralhadoras cantam — Manuel Alegre 10. Poemarma — Manuel Alegre 11. País de Abril — Manuel Alegre 12. A primeira canção com lágrimas — Manuel Alegre 13. Lenda do soldado morto — Bertolt Brecht 14. Aos que vão nascer — Bertolt Brecht 15. Canção do dramaturgo — Bertolt Brecht 16. Cartilha de guerra alemã — Bertolt Brecht 17. Trovas geneológicas — José Carlos Ary dos Santos 18. Catinga de inimigo — José Carlos Ary dos Santos 19. A comichão do poema — José Carlos Ary dos Santos 20. Pavana para uma burguesa defunta — José Carlos Ary dos Santos 21. [A cidade é um chão de palavras pisadas] — José Carlos Ary dos Santos 22. O turismo — José Carlos Ary dos Santos 23. Lisbon by night — José Carlos Ary dos Santos 24. A agua de Lourdes — Guerra Junqueiro 25. Catedral de Burgos — António Gedeão 26. Poema para Galileo — António Gedeão 27. De porta em porta — Alexandre O’Neill 28. Periclitam os grilos — Alexandre O’Neill 29. Uma Lisboa remanchada. Avenida da Liberdade — Alexandre O’Neill 30. Uma Lisboa remanchada. Chiado — Alexandre O’Neill 31. Uma Lisboa remanchada. Parque Eduardo VII — Alexandre O’Neill 32. Uma Lisboa remanchada. Travessa do Poço da Cidade — Alexandre O’Neill 33. Uma Lisboa remanchada. Ao Benformoso — Alexandre O’Neill 34. Uma Lisboa remanchada. Beco da Mal-Amada — Alexandre O’Neill 35. Uma Lisboa remanchada. Azinhaga do Guarda-Só — Alexandre O’Neill 36. Uma Lisboa remanchada. No Mestre Escama: Azulejo — Alexandre O’Neill 37. Caixadóclos — Alexandre O’Neill 38. Cortejo — Alexandre O’Neill 39. Sonetos garantidos… — Alexandre O’Neill 40. O quotidiano «não» — Alexandre O’Neill 41. Um adeus português — Alexandre O’Neill 42. (O desespero da piedade) — Vinicius de Moraes 43. O operário em construção — Vinicius de Moraes 44. O homem invisível — Pablo Neruda 45. Ode ao pão — Pablo Neruda 46. Fábula — Joaquim Namorado 47. Aventura nos mares do sul — Joaquim Namorado TEATRO 48. Pequenos burgueses (cena da peça) — Máximo Gorki 49. Os malefícios do tabaco — Anton Tchékhov Em 1969, Mário Viegas gravou 40 poemas e dois textos dramáticos, para o amigo Jorge Ginja levar para a Guerra do Ultramar. A gravação inédita inclui poemas de autores proscritos pelo regime de Salazar, como O’Neill, Neruda, Brecht ou Ary dos Santos. Gravada quando Viegas integrou o Teatro Universitário do Porto, a fita percorreu mais de seis mil quilómetros na mala de viagem do médico Jorge Ginja, chamado a combater em Angola. Naquele tempo, a poesia também era uma arma.
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