Doze Fronteiras — A raia luso-espanhola percorrida em toda a sua extensão

18.00

Joaquim M. Palma

Sistema Solar

2020 | 9789899006461 | 120 pp.
Ecoando na esteira de todos os passos do viajante fronteiriço, um verso do poeta José Tolentino Mendonça:
«Não ames viagens que reduzam a estranheza».
Realidades humanas e paisagísticas emudecedoras existentes nos confins dos dois países ibéricos, culturas ancestrais
remotas engolidas pelos buracos negros da desolação e abandono numa galáxia rural já nos umbrais do não-retorno,
beleza intemporal frágil, marcas predatórias ferozes — eis algumas das faces de uma geografia precária e em fuga
encontrada durante uma sentida viagem ao longo da fronteira entre Portugal e Espanha.
Ecoando na esteira de todos os passos do viajante fronteiriço, um verso do poeta José Tolentino Mendonça: «Não
ames viagens que reduzam a estranheza».
E estranheza houve. Ou não fosse a linha de fronteira ela própria já uma coisa estranha.
O livro que o leitor tem neste momento entre mãos não foi concebido para uso turístico. Não tem mapas com a indicação de pontos de interesse buscados pelas massas, nem de onde ficar ou comer, nem de contactos locais, nem é adornado com fotografias de postal ilustrado. Também não é nenhum estudo académico de natureza sociológica, etnográfica ou outra; por isso, no final, não está lá nenhuma secção de notas nem a clássica e habitualmente extensa lista bibliográfica.
É, sim, a reprodução de um simples caderno de viagem redigido sem pretensões de convencer quem quer que seja e cujos conteúdos surgiram da interacção do olhar com o coração e da predisposição de um ser humano para ir à procura do genuíno, onde o belo (e o feio) têm sempre algo a dizer. Os registos, por separado e por junto, nada exigem e nada prometem; são a folha caída de uma árvore que não está perto e que o vento trouxe inesperadamente — uns dão por ela, pegam-lhe, olham-na com curiosidade, e vão à procura da árvore, outros não.
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