Ao Arrepio

16.00

J.-K. Huysmans

Maldoror

2023 | 9789895360550 | 276 pp.
«Ao Arrepio», de 1884, é uma obra que acompanha as excentricidades e angústias do esteta Des Esseintes, e que de tal maneira simbolizou a decadência da cultura da elite francesa do final do século XIX, que foi considerado um breviário do decadentismo. É este o livro amarelo, venenoso, que corrompe Dorian Gray na famosa obra de Oscar Wilde.
«A verve indómita, o talento áspero, desvairado de Goya cativava-o, muito embora a admiração universal que as suas obras haviam conquistado tivesse acabado por desmoralizar um pouco esse entusiasmo, e o fizesse renunciar, durante anos, à vontade de as emoldurar, não fosse essa exposição convidar o primeiro imbecil que acontecesse lobrigá-las para uma qualquer necessidade de dislates e êxtases estudados.
Passava-se o mesmo com os seus Rembrandts, que examinava secretamente, de quando em quando; e, na verdade, tal como a mais bela melodia do mundo se torna vulgar, insuportável, a partir do momento em que o público a trauteia, a partir do momento em que os realejos se apossam dela, a obra de arte que não passa despercebida aos artistas impostores, que os cretinos não põem em questão, que não se contenta em suscitar o entusiasmo de uns poucos, torna-se, ela também, por isso mesmo, manchada, banal, quase repugnante para os iniciados.»