José Ferreira Fernandes Fundação Francisco Manuel dos Santos 2023 | 9789899153257 | 104 pp. A Praça Martim Moniz foi como que amaldiçoada ao longo da história, sujeita a remodelações, destruições e reconstruções. Do colorido das noras e laranjais a desejada melhor porta lisboeta para o norte, a atravancado urbanístico, por fim a praça derrubada e vazia. Agora que é retomada para discussão pública, renasce uma dúvida: o que fazer com esta vítima de sucessivos faz e desfaz? O presente retrato é uma viagem a esta praça confusa e fascinante, do ribeiro de Arroios a polo do fado e do cinema português, dos marialvas e artistas. Um relato de pérolas perdidas e trambolhos urbanos. Da população antiga e, sempre, de recém-chegados. Entre sucessivas mudanças e prudentes ambições, o Martim Moniz saberá, mais uma vez, reinventar-se.
Joana Bértholo Fundação Francisco Manuel dos Santos 2023 | 9789899118850 | 104 pp. Madrugar, treinar, suportar as dores musculares, testar e superar limites, treinar mais e mais, para, talvez um dia, subir ao pódio. Quando os melhores desportistas portugueses competem a nível internacional, carregam nos ombros as expectativas de todos e, no entanto, poucos conhecem as exigências do seu quotidiano e o avesso das suas glórias. A partir das memórias de uma ex-atleta de natação e triatlo, este livro retrata experiências comuns, positivas e negativas, aos desportistas de alta competição, dos anos 1990 até hoje. O eixo destas vivências é o treinador, que dita tarefas, tempos e objetivos, numa relação formativa, por vezes também destrutiva, que visa a auto -superação e, sempre, o máximo de rendimento e ambição.
Anne Akrich Quetzal 2023 | 9789897228988 | 176 pp. Um livro que parece uma torrente imparável e em que uma mulher toma a palavra. Cheia de humor, fúria, desejo de falar e de esclarecer as coisas. Neste livro não há muito pudor, nem decoro, nem tranquilidade. Quase tudo é explosivo, mesmo quando a autora sussurra confidências – a sua história extremamente pessoal e a memória familiar transformam-se num manifesto feminista: a violação (e a violação do desejo feminino), a sua negação, a sua instrumentalização. Neste texto iconoclasta, torrencial, a autora diz em voz alta e com rara audácia o que muitas mulheres pensam consigo mesmas e o que muitos homens se recusam a imaginar acerca de desejo feminino, maternidade, estupro, a suposta «zona cinzenta» do consentimento, o diálogo impossível entre os sexos, o «Me Too» e a nova caça às bruxas, a educação dos filhos, o olhar masculino que domina o mundo das artes e das letras – e sempre com humor…
Henry Kissinger, Eric Schmidt, Daniel Huttenlocher D. Quixote 2021 |9789722073400| 240 pp. Três dos mais reputados e estimulantes pensadores da atualidade refletem sobre a Inteligência Artificial, as transformações que está a provocar na sociedade e o que isso significa para todos nós. Uma Inteligência Artificial (IA) aprendeu a ganhar partidas de xadrez escolhendo jogadas que os grandes mestres nunca tinham considerado. Outra IA descobriu um antibiótico novo ao analisar propriedades moleculares que os cientistas não compreendiam. Aviões a jato manobrados por IA conseguiram derrotar pilotos experientes em combates simulados. A IA está a entrar nos motores de busca online, no streaming, na medicina, na educação e em muitos outros domínios, e, ao fazê-lo, está a alterar a forma como os humanos experienciam a realidade. Em A Era da Inteligência Artificial, Kissinger, Schmidt e Huttenlocher revelam o impacto da IA no conhecimento, na política e nas sociedades em que vivemos, e apresentam-nos a uma era marcada pela coabitação entre humanos e a IA…
Paulo Nogueira Guerra & Paz 2022 | 9789897027109 | 207 pp. Vivemos tempos perigosos. Uma das principais armas das guerras culturais do século XXI é o cancelamento: a obliteração do interlocutor, a mordaça digital. Na realidade virtual, o linchamento é electrónico – na realidade física, pode descambar em execução biológica. Para tanto, nem é preciso cometer o pecado da blasfémia escandalosa. Para disparar retaliações fanáticas, basta professar o que até ontem eram singelos truísmos e tautologias, como «as mulheres menstruam». Será hoje a liberdade de expressão um luxo sibarita dos que podem falar o que lhes dá na cabeça – isto é, uma ínfima elite, aliás em extinção? Mas, nesse caso, ainda prestará para alguma coisa? Como chegámos aqui? Para que serve afinal o raio da liberdade de expressão? Ela alguma vez realmente existiu? É humanamente possível ou não passa de uma confortável ilusão? Quem nunca, em algum momento, odiou algo ou alguém?
O Futuro Começa Agora - Da Pandemia à Utopia Boaventura de Sousa Santos Edições 70 2020 | 9789724423890 Este livro foi escrito entre o medo e a esperança, tal como um e outra se nos confrontam no início do século XXI em face da pandemia do novo coronavírus. A pandemia intensificou as desigualdades e as discriminações sociais que caracterizam as sociedades contemporâneas e deu-lhes maior visibilidade. O sofrimento humano muito desigual em que se traduziram e as causas que o explicam são analisadas na primeira parte do livro. Atenção especial é dada ao modelo económico-social, ao Estado, à ciência e à resistência e criatividade dos grupos sociais mais excluídos para se protegerem e minorarem os riscos. As trágicas consequências da pandemia e a alta probabilidade de se multiplicarem no período de pandemia intermitente em que estamos a entrar obrigam-nos a pensar em alternativas económicas, sociais, políticas e culturais, que, no conjunto, apontam para novos modelos civilizacionais. É este o tema da segunda…
Mulheres, Trabalho e Alentejo - Caderno de Histórias de Vida Marília Ribeiro, Marta Nunes Colibri 2019 | 9789896898830 Quando em 1995 perdi alguém que me é querido, o meu coração apelou para que continuasse a viver com essa pessoa. Hoje vivo com ela de uma forma plena, porque sinto que se tornou imortal. Foi este o modo que encontrei para valorizar o percurso da minha mãe e de algumas outras mulheres deste recanto do Alentejo. São histórias que ficam registadas e que serão revividas sempre que alguém as procure neste livro. O trabalho, a vida amorosa e familiar, as dificuldades económicas do seu tempo, os divertimentos e as emoções, de tudo um pouco se encontra nestes testemunhos, por vezes duros e difíceis, de gente que aplanou o terreno para que hoje fossemos mais livres e mais felizes. Quando algumas destas mulheres viram escrito o seu relato e desenhado o seu retrato, exclamaram: “Quando eu contava aos meus como tinha sido a minha…
Associativismo Livre - Uma História de Fraternidade e Progresso Joana Dias Pereira Almedina 2020 | 9789724087252 | 308 pp. Este livro resulta de um estudo sobre a emergência do associativismo popular em Portugal. A análise, que se inicia no período histórico de 1834, pretende iluminar a longa história da emergência, desenvolvimento e estruturação do movimento associativo contemporâneo, desde os seus primórdios, na alvorada do Liberalismo, até ao golpe militar de 28 de maio de 1926, um acontecimento que marca uma dramática inflexão num percurso coletivo marcado pela fraternidade e o progresso social. Não descurando as suas diferentes heranças, esta obra pretende destacar o papel do associativismo na organização das camadas populares não só para dar resposta a diferentes necessidades comuns, mas também para discutir e propagar propostas de reforma social dirigidas ao poder político.
Cristina L. Duarte Temas e Debates 2017 | 9789896444648 Diz-me o que vestes, dir-te-ei quem és. A moda como fenómeno social e laboratório dos géneros. «Este trabalho tem como objectivo analisar sociologicamente o fenómeno da moda: identificar os valores associados ao vestuário, as representações de si e a socialização, bem como a ruptura e/ou continuidade, expressas pelos modos e maneiras de vestir, e o poder inerentes a certos itens de roupa, que podem significar também opressão, constrangimento ou insegurança. Ao falarmos sobre mulheres, roupa e sociedade, lançamos um novo debate sobre feminismos, e identificamos o poder dado pelo vestir ao longo de momentos-chave da mudança social e política do século XX. Na nossa abordagem, a sociedade portuguesa surge retratada pela voz de 23 mulheres, participantes em três momentos principais: durante o Estado Novo, 25 de Abril e após 1974.» Da Introdução «Utilizar a simbologia do termo espartilho para analisar a relação entre moda e género não só prima pela originalidade como traz…
Gayatri Chakravorty Spivak Orfeu Negro 2021 | 9789898868954 | 136 pp. Entre o patriarcado e o imperialismo, a figura da mulher desaparece, não apenas num puro nada, mas num violento vaivém que é a figuração da «mulher do Terceiro Mundo». Finalmente editado em Portugal, PODE A SUBALTERNA TOMAR A PALAVRA? é uma obra incontornável dos estudos pós-coloniais. O destino trágico de uma jovem indiana na cidade de Calcutá, em 1926, é o ponto de partida para uma reflexão que, em sucessivas aproximações histórias, político-económicas e ideológicas, põe a nu as estruturas de poder que impedem o acesso à palavra por quem habita a periferia.