Giordano Bruno Sr Teste Edições 2021 | 485149/21 | 123 pp. O pensamento em torno do mistério do encontro. Entre seres irradiam forças e histórias desconhecidas que tornam o universo íntimo, atento à vida mensageira. Toda a experiência dilatando-se na pessoa em direcção ao outro. Intermediários da força da vida, pela ação dos vínculos, assim nos reconhecemos. Tradução: Ricardo Ribeiro Fotografia: André Cepeda
Lydia Davis Bazarov 20121 | 9789899025035 | 464 pp. Neste primeiro de dois volumes, os temas de Davis viajam entre as suas influências iniciais até aos seus contos favoritos, da tradução de Rimbaud por John Ashbery à pintura de Alan Cote, do Salmo do Bom Pastor a fotografias antigas enquanto turista. Em exibição neste livro está o desenvolvimento e e capacidade de uma das mais claras e capazes mentes a escrever nestes dias.
Stefan Zweig Relógio d`Água 2021 | 9789897831652 | 112 pp. Stefan Zweig fala-nos aqui, combinando análise literária com a vida dos autores, de Goethe, Sigmund Freud, Thomas Mann e Honoré de Balzac. O seu artigo sobre As Mil e Uma Noites é uma abordagem original que ficará certamente na memória dos que o leiam. Stefan Zweig conheceu pessoalmente ou correspondeu-se com os maiores romancistas do seu tempo e também com o próprio Freud. A sua relação com os livros está condensada no texto inicial desta obra, «O Livro como Acesso ao Mundo».
António Guerreiro Edições 70 2021 | 9789724424651 | 500 pp. Publicadas originalmente no suplemento Ípsilon do jornal Público, as crónicas reunidas neste livro, de um modo geral, reivindicam uma condição de autonomia em relação à circunstância imediata na qual quase sempre tiveram origem: são micro-ensaios que praticam o nomadismo próprio da disposição teórica e que circulam livremente, desdenhando das fronteiras disciplinares, por territórios que constituem a nossa actualidade, tendo, regra geral, como guia conhecimentos e conceitos das chamadas ciências sociais e humanas. A ligação directa ao presente, de modo a apreender na contingência e no quotidiano aquilo que dá forma ao nosso tempo e nos permite nomear a época de que somos contemporâneos, é a marca mais saliente destes textos. No seu conjunto, eles vão descrevendo as tonalidades epocais, a partir de «sintomas» amplificados pelos media ou de manifestações de superfície.
Michel Houllebecq Alfaguara 2021 | 9789897842078 | 384 Literatura, religião, fé, arte, filosofia, feminismo, conservadorismo, amor neste volume de textos, Michel Houellebecq regressa aos temas que sempre lhe interessaram, para dar a conhecer os pontos de vista que o têm celebrizado: frequentemente polémicos, quase sempre provocadores, sempre estimulantes. Neste primeiro livro de opinião publicado em Portugal onde encontramos o escritor a fazer um elogio a Trump ou numa conversa íntima com um amigo escritor, a defender o conservadorismo moderado ou a exaltar a literatura e o amor, temos um Michel Houellebecq mais directo, mais despido do filtro da ficção, sempre fascinante. Vemos um homem que calha ser um dos escritores mais relevantes do presente de pensamento absolutamente livre, impossível de definir com rótulos simplistas, um analista implacável daquilo a que chama a comunidade humana.
Brotéria 2021 | 9786120011669 | 101 pp. Assinalam-se neste ano 700 anos sobre a morte de Dante e o editorial de abril revisita e celebra o pensamento crítico daquele que, reivindicado postumamente pela Igreja, pronunciou palavras de crítica profética contra os seus representantes. Maria de Belém Roseira fala-nos da importância da Saúde enquanto parte de uma geoestratégia “saudável”, e Teresa Nogueira Pinto sobre o peso de uma herança histórica nas relações entre França e o Ruanda. Na secção de Sociedade e Política, Álvaro Domingues mapeia a cartografia difusa que descreve o chamado "Interior de Portugal" e Guilherme d’Oliveira Martins escreve sobre o caminho percorrido pelo Centro Nacional de Cultura e o a política de património cultural enquanto fator de coesão territorial. Em Religião, José Frazão Correia SJ descreve-nos a índole pastoral da doutrina cristã e, com um artigo de António Andresen Guimarães, descobrimos Elesbão e Efigénia, dois santos negros numa capela minhota. Nas Artes e Letras, Manuel Ferro evoca a eloquência e…
Rostos da Morte - Investigações filosóficas sobre a Morte Byung-Chul Han Relógio D'Água 2021 | 9789897831034 | 240 pp. “Em torno da morte proliferam fenómenos. A morte faz com que se desenrolem metáforas e metonímias. Tal é a aparência necessária que faz com que a vida seja o que é. Mas o aparente não é o falso, não é o oposto do verdadeiro. A aparência não se limita a falsear o ser, mas faz com que ele se manifeste de um determinado modo, transformando-o assim em linguagem.” A perda pela morte é irreversível e também por isso é difícil olhá-la de frente. Mas a reflexão sobre a morte pode convertê-la numa experiência viva. Byung-Chul Han fala-nos da caleidoscópica variedade da morte, através das suas leituras de Adorno, Heidegger, Derrida, Levinas, Kafka e Handke. Este seu livro procura tornar audível a linguagem da morte, que nos vai interpelando ao longo da vida. É assim que se abrem novas perspectivas, surgindo a morte como…
A Aparência das Coisas - Ensaios e Artigos Escolhidos John Berger Antígona – Editores Refractários 2021 | 9789726083955 | 288 pp. «A arte é uma expressão da nossa sensação de que o que existe é insuficiente — e de que não somos obrigados a aceitá‑lo com gratidão.» A Aparência das Coisas (1972) reúne alguns dos ensaios mais brilhantes e incisivos que John Berger escreveu na década de 60. Uma mulher forçada a entrar num táxi; um leão e uma leoa enjaulados no jardim zoológico; a última fotografia de Che Guevara; o desabrochar da Primavera de Praga e a natureza das manifestações populares; Walter Benjamin, Le Corbusier, Camille Corot, Fernand Léger. Retratos e instantâneos admiráveis em si mesmos, revelam a sua maior importância enquanto partes de um todo, fragmentos da existência submetidos ao mesmo olhar coerente, sensível e humanista de John Berger, em favor de uma síntese da experiência e condição humanas. Numa prosa ao mesmo tempo sóbria e epigramática, em textos ora políticos,…
Gramática da Fantasia: introdução à arte de contar histórias Gianni Rodari Faktoria K de Livros - Colecção Ágora K 20017 | 9789899958326 | 260 pp. «Inventar histórias para crianças e ajudá-las a inventar histórias sozinhas (...) não para que todos se tornem artistas, mas para que ninguém seja escravo.» Foi esta a intenção de Gianni Rodari quando escreveu a "Gramática da Fantasia" (1973): uma obra de referência obrigatória para educadores; uma abordagem sem precedentes à pedagogia contemporânea; o legado, em suma, com o qual transmite a sua ideia revolucionária e libertadora sobre literatura. Com este livro, que teve origem num encontro de professores em que Rodari participou em 1972, o autor propõe a conversão da palavra em jogo, ao mesmo tempo que revela o processo de escrever histórias para crianças, ajudando-as a inventar novos mundos. A "Gramática da Fantasia" dá assim ao leitor a possibilidade de descobrir que todos «podemos entrar no mundo real pela porta principal ou - o que é…
A Cidade das Crianças - Uma nova forma de pensar a cidade Francesco Tonucci Faktoria K de Livros - Colecção Ágora K 2019 | 9789895434046 | 344 pp. Ciente de que uma cidade à medida das crianças deve ser necessariamente uma cidade com maior qualidade de vida para todos os cidadãos, a autor apresenta com esta obra uma nova filosofia para o seu governo, com base em experiências concretas, em que as crianças são consideradas como o seu elemento-chave. Ao mesmo tempo lança um repto aos responsáveis públicos para que adoptem novas estratégias e rompam com medidas que põem em perigo o futuro das cidades.
A Política do Impossível - Ensaios e Artigos Seleccionados Stig Dagerman VS. 2019 | 9789895453412 A coisa mais importante para a literatura do século XX foi a psicanálise, com a sua profunda abertura de perspectiva sobre o ser humano, e Ulisses, de Joyce, com a sua inexaurível exposição das inexauríveis possibilidades da criação literária. Que espero eu? Uma literatura independente que combata pelos direitos inalienáveis dos seres humanos aprisionados nas organizações políticas e de massa: liberdade, fuga e traição. Liberdade de não escolha entre aniquilação e extermínio, fuga do futuro campo de batalha em que se está a preparar um desastre, traição de todo o sistema que criminalize a consciência, o medo e o amor ao próximo.
David Foster Wallace Bazarov 2020 | 9789899025011 | 152 pp. Aqui finalmente reunidos, os cinco ensaios de David Foster Wallace sobre ténis, escritos com o conhecimento de um jogador semiprofissional, o entusiasmo de um apaixonado pela modalidade e o primor e a pungência de um escritor sublime. Ruminante, digressivo, lírico, hilariante, depressivo e às vezes lunático, Teoria das Cordas revela todos os elementos da prosa do escritor americano e consagra-o como um dos mais brilhantes ensaístas de sempre.
Eliot Weinberger Bazarov 2020 | 9789895479276 | 224 pp. Eliot Weinberger conduz o ensaio a territórios inexplorados, nas fronteiras entre a poesia e a narrativa, onde a única lei é o imperativo de toda a informação ser verificável. Uma Coisa Elementar conduz-nos através de histórias, fábulas e meditações sobre as dez mil coisas no universo: o vento e o rinoceronte, santos católicos e pessoas chamadas Chang, as tribos ancestrais na fronteira Irão-Iraque ou nas montanhas da Nova Guiné.
Paul B. Preciado Bazarov 2020 | 9789895479252 | 300 pp. Urano, o gigante gélido, é o planeta mais frio do sistema solar e uma divindade na mitologia grega. É, também, a inspiração para o uranismo, um conceito cunhado pelo escritor Karl Heinrich Ulrich em 1864 para definir o terceiro sexo. Seguindo Ulrich, Paul B. Preciado sonha com UM APARTAMENTO EM URANO, onde o autor pode viver além do poder existente, dos espartilhos de género e das restrições raciais inventadas pela modernidade.
Joachim Kalka Bazarov 2020 | 9789895479238 A simbologia e a influência da Lua ao longo de nossa história são tão amplas quanto diversas, tão antigas quanto vigentes. Existem infinitas rotas que se podem traçar em torno deste astro que sempre esteve lá, testemunha e parte do desenvolvimento das civilizações. Joachim Kalka apresenta neste livro uma paisagem tão erudita quanto pessoal que orbita em torno da Lua, inspiração para artistas, culturas, mitologias ou lendas.
Brian Dillon Bazarov 2020 | 9789895479214 | 144 pp. Como o próprio estilo da escrita de Brian Dillon — aglomerativo, associativo, digressivo, curioso, apaixonado e desapaixonado —, este é um livro que ramifica as possibilidades do ensaio. Ensaísmo é um estudo da melancolia e da depressão, uma carta de amor para as belas letras e um relato das vidas de leitura e de escrita, sob orientação de Montaigne, Virginia Woolf, Barthes, Adorno, Walter Benjamin, Georges Perec ou Susan Sontag.
George Orwell Antígona - Editores Refractários 2021 | 9789726083931 | 160 pp. «Escrevo porque há uma mentira qualquer que quero denunciar, um facto qualquer para o qual quero chamar a atenção, e a minha preocupação inicial é ser ouvido.» Porque escreve George Orwell? Orwell escreve porque, muito antes das redes sociais e das fake news, compreende o perigo de dar rédea solta a uma mentira («Porque Escrevo»). Orwell, o autor de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, o criador do termo «novilíngua», escreve porque dá valor às palavras, conhece o seu poder, é sensível aos mecanismos de manipulação do pensamento por via da linguagem obscura («A Política e a Língua Inglesa», «Verdade Histórica», «Linguagem Religiosa»). Orwell, o cidadão intrínseca e fatalmente politizado, escreve porque defende que toda a arte é um gesto político, um empecilho a pretensões totalitárias, uma arma escarninha contra demagogias («As Fron-teiras entre a Arte e a Propaganda», «Literatura e Totalitarismo»). «Enquanto escrevo, seres humanos civilizadíssimos sobrevoam-me, tentando matar‑me»,…
Guy Debord Antígona - Editores Refractários 2021 | 9789726083658 | 96 pp. «Nunca a censura foi tão perfeita. Nunca foi permitido mentir com uma tão perfeita ausência de consequências. Pressupõe-se apenas que o espectador deve ignorar tudo, não merecer nada. Ao invés da pura mentira, a desinformação deve fatalmente conter uma certa parte de verdade, porém deliberadamente manipulada por um hábil inimigo.» Companheiro inseparável d’A Sociedade do Espectáculo, os Comentários (1988) actualizam e confirmam, ao fim de vinte anos, as teses anteriores de Guy Debord,apresentando a noção de «espectacular integrado»: um conceito global que reúne o «espectacular difuso» do american way of life e o «concentrado» dos regimes totalitários, vertido na manipulação cada vez mais sofisticada dos desejos do ser humano, operada por Estados e meios de comunicação em nome do bem oleado capitalismo moderno. Este balanço do autor, quando o espectáculo se tornara ainda mais irracional e omnipresente do que ele previra em 1967 – que passa em revista a mentira…
Guy Debord Antígona - Editores Refractários 2021 | 9789726082224 | 144 pp. «A alienação do espectador em proveito do objecto contemplado (que é o resultado da sua própria actividade inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo.» Publicada em 1967, A Sociedade do Espectáculo é a obra filosófica e política mais famosa de Guy Debord e uma análise impiedosa da invasão de todos os aspectos do quotidiano pelo capitalismo moderno. O espectáculo, segundo o autor, «uma droga para escravos» que empobrece a verdadeira qualidade da vida, é apontado como uma imagem invertida da sociedade desejável, na qual as relações entre as mercadorias suplantaram os laços que unem as pessoas, conferindo-se a primazia à identificação passiva, em detrimento da genuína actividade. O autor afirma que «quanto mais [o espectador] aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende a sua própria existência…
Ramin Jahanbegloo Editora VS. 2020 | 9789895473502 | 204 Neste volume de entrevistas, George Steiner, bem mais do que se explicar, co(implica) a vida dos seus interlocutores-leitores, segundo a melhor tradição socrática. Quer dizer, indisciplina a filosofia, devolvendo-a e revivendo-a em estado nascente, nessa praça da palavra onde a última palavra não pertence a ninguém, e reabre quotidianamente o silêncio sem fundo de onde as primeiras palavras, mas, sem dúvida, também todas as palavras primeiras, vêm. E ― fundindo até ao âmago, por exemplo, a reflexão acerca da poesia e da música e da interrogação do extermínio nazi, ou a sua polémica com as gramáticas generativas e com as paradas políticas fundamentais do nosso tempo ― fá-lo sempre em situação, sempre agora, na singularidade que a encruzilhada toma a cada instante, aberta pelo passo de quem caminha e refaz o caminho que nos ensinou a andar.