Marguerite Duras Sr. Teste 2023 | 149 pp. Um conto e um ensaio da escritora e cineasta francesa. Tradução de Marta Vasconcelos. Imagens de Sebastião Castelo Lopes.
Byung-Chul Han Relógio d'Água 2023 | 9789897833045 | 112 pp. Uma alternativa inspiradora ao conceito de vita activa, de Hannah Arendt, tal como surge em A Condição Humana. A capacidade de inatividade está completamente perdida. A inatividade não é uma negação, não é uma recusa, não é uma mera ausência de atividade, mas uma capacidade independente. Byung-Chul Han traça as potencialidades, o esplendor e a magia da ociosidade e projeta um novo modo de vida.
Martin Latham Edições 70 2023 | 9789724426105 | 354 pp. LIVRO DO ANO 2020 PARA O SPECTATOR E PARA O EVENING STANDARD «Uma alegria. Cada capítulo tornou-se instantaneamente o meu favorito.» David Mitchell, autor de Atlas das Nuvens Esta é a história da nossa relação amorosa com os livros, quer os organizemos nas nossas prateleiras, inalemos o seu cheiro, rabisquemos nas suas margens ou apenas nos enrosquemos com eles na cama. Levando-nos numa viagem através de leituras de conforto, bancas de livros de rua, bibliotecas míticas, vendedores ambulantes, panfletos radicais, clientes de livraria extraordinários e colecionadores fanáticos, o livreiro Martin Latham revela a curiosa história da nossa - e da sua - obsessão pelos livros. Em parte história cultural, em parte carta de amor aos livros e em parte memórias relutantes, estas são as crónicas de um livreiro que honra o seu ofício.
Roberto Calasso Edições 70 2023 | 9789724426563 | 132 pp. «Organizar uma biblioteca é um tema altamente metafísico.» Aqueles que tentam pôr os seus livros em ordem devem ao mesmo tempo reconhecer e modificar uma boa parte da sua paisagem mental. Esta é uma tarefa delicada, cheia de surpresas e descobertas, mas sem uma solução. Muitos já o experimentaram, desde o estudioso do século XVII Gabriel Naudé até Aby Warburg. Vários episódios são aqui relatados, misturados com fragmentos de uma autobiografia involuntária. Segue-se um perfil do breve momento em que certas revistas, entre 1920 e 1940, atuaram como polinizadores da literatura, e uma crónica do emblemático nascimento da recensão, quando Madame de Sablé se viu na situação embaraçosa de dar publicamente conta das Máximas do seu querido e sensível amigo La Rochefoucauld. Por fim, o tema da arrumação reaparece no último ensaio desta coletânea, desta vez aplicado às livrarias de hoje, para as quais é uma questão vital e quotidiana.
Emanuele Coccia Documenta 2019 | 9789898902610 | 228 pp. Entre os catorze e os dezanove anos, fui educado num liceu agrícola da província, isolado nos campos da Itália central. Estava lá para aprender um «verdadeiro ofício». Desse modo, em vez de me consagrar ao estudo das línguas clássicas, da literatura, da história e das matemáticas, como faziam todos os meus amigos, passei a minha adolescência mergulhado em livros de botânica, de patologia vegetal, de química agrária, de cultura hortícola e de entomologia. As plantas, as suas necessidades e doenças, eram o objecto privilegiado de todo o estudo nessa escola. Esta exposição quotidiana e prolongada a seres que estavam, inicialmente, tão distantes de mim marcou de forma definitiva a minha visão do mundo. Este livro é a tentativa de ressuscitar as ideias nascidas nesses cinco anos de contemplação da sua natureza, do seu silêncio, da sua aparente indiferença a tudo o que chamamos cultura. […] A planta encarna o laço mais estreito e…
João Barrento Edições do Saguão 2022 | 9789895329151 | 352 pp. «Nos ensaios que compõem este volume, o leitor – tal como eu próprio, ao escrevê-los – encontra-se sempre com Walter Benjamin em espaços nos quais o pensamento se demora em zonas de passagem, limiares que, espera-se, permitirão vislumbrar alguns núcleos importantes da sua Obra. No movimento de um pensamento como o de Benjamin – que, de facto, é móvel e move, é enigmático e luminoso – é sempre mais significativa a deambulação por essas zonas de abertura do que a passagem da linha de fronteira que delimita problemas, com a pretensão de chegar à sua solução e fixação. Benjamin e o seu método de pensar participam em alto grau da natureza do que é a um tempo oblíquo e transparente, configurando-se num modo de pensamento essencialmente prismático. Prismas poderia também ter sido o título deste livro, se Adorno o não tivesse já dado a um dos seus. Os ensaios que aqui…
Johann Wolfgang Goethe Edições do Saguão 2022 | 9789895329144 | 164 pp. «O ensaio sobre a metamorfose das plantas é uma obra cuja trama se constrói sobre as inúmeras observações realizadas por Goethe em torno do crescimento das plantas, apontando para a determinação das leis da sua formação e transformação. Esse propósito é concretizado pelo dar conta das constâncias visíveis nesse crescimento, expressas na dinâmica expansiva e contractiva que caracteriza o espaço do próprio crescimento, dotando-o de uma figura identificável. Dos seus parágrafos é necessário reter, em primeiro lugar, que a reprodução (a produção do semelhante) é o alvo, o grande objectivo do processo de crescimento […]; na base desta ordenação temporal sucessiva encontram-se dois grandes ritmos polares: o de contracção e o de expansão. Deparamos aqui com uma das versões do tema da economia da natureza integrada em questões de constituição de uma teoria morfológica. […] Em segundo lugar, concluímos que o processo de crescimento e o processo de reprodução levam…
Maggie Nelson Orfeu Negro 2022 | 9789899071506 | 182 pp. ARGONAUTAS transporta-nos numa viagem em torno do desejo e da identidade de género, das possibilidades do amor, da família e da maternidade. Através de um relato íntimo e fragmentário, Maggie Nelson incorpora nas suas experiências perspectivas teóricas de autores como Roland Barthes, Judith Butler, Gilles Deleuze e Ludwig Wittgenstein, esbatendo as fronteiras entre o ensaio e a memória, o político, o filosófico, o estético e o pessoal. No centro deste fluxo de pensamento está a sua relação amorosa com o artista Harry Dodge, a família que esta união configura e a viagem que empreendem os seus corpos, em permanente devir: Harry submetendo-se às alterações físicas e hormonais de uma transição de género, Maggie engravidando e vivendo as transformações da gravidez. Uma obra de «autoteoria» e uma reflexão crua e oportuna sobre as políticas de identidade, o feminismo e a teoria queer.
Virginia Woolf Relógio D'Água 2022 | 9789897832673 | 496 pp. Reúnem-se aqui quarenta e oito ensaios da autora de As Ondas que nos falam de escritores como Jane Austen, Defoe, Henry James, Christina Rossetti, Conrad, Sterne, Thomas Hardy, Walt Whitman, Montaigne e dos russos que eram os seus favoritos, como Tolstói, Dostoievski e Turgenev. Virginia Woolf escreve ainda sobre a personagem ficcional, o romance gótico, histórias de fantasmas, o tempo passado em bibliotecas, a arte da biografia e a situação de estar doente. Assuntos como o cinema e as mulheres escritoras são também abordados, assim como o declínio da escrita ensaística, a crítica ou o modo como se deve ler um livro. Nos últimos ensaios, pairam já as sombras da II Guerra Mundial, como em «Pensamentos de Paz num Ataque Aéreo» (1942).
George Saunders Relógio D'Água 2022 | 9789897832765 | 440 pp. Nos últimos vinte anos George Saunders deu aulas sobre os maiores contistas russos aos seus alunos da Universidade de Syracuse, e neste livro partilha esses ensinamentos, reunidos ao longo dos anos, recorrendo a contos de Tchékhov, Turguénev, Tolstói e Gogol, através dos quais explica como funciona a ficção e a razão pela qual nestes tempos conturbados ela é mais relevante do que nunca.
Ana Rita Alves Tigre de Papel 2021 | 9789895486151 | 170 pp. Partindo de uma revisão e análise críticas de (con)textos políticos, académicos e mediáticos, este livro procura compreender como se tem (re)construído historicamente a relação entre periferia, direito à habitação e raça/racismo no Portugal contemporâneo. Nas páginas deste livro encontrar-se-á, de certa forma, o início do fim do Programa Especial de Realojamento (PER), traduzido na dilaceração e na resistência de uma comunidade histórica, à altura maioritariamente negra, na cidade da Amadora: o bairro de Santa Filomena. E, se é verdade que a história de um lugar particular não possibilita narrar na totalidade um programa de âmbito nacional/metropolitano, com especificidades territoriais indiscutíveis, a história que aqui se reconta não deixa de ser paradigmática de como o Estado português tem pensado e gerido populações negras, Roma/ciganas e imigrantes empobrecidas no espaço urbano –, ilustrando racionalidades eurocêntricas que urge repensar.
Masanobu Fukuoka Via Óptima 2001 | 9789729360152 | 208 pp. "O agricultor tornou-se atarefado demais quando começámos a estudar o mundo e a decidir que seria bom fazer isto ou fazer aquilo. Toda a minha pesquisa se baseou em não fazer isto ou não fazer aquilo. Estes trinta anos ensinaram-me que os agricultores estariam numa situação bem melhor se não fizessem praticamente nada." Nesta obra, além de descrever a agricultura selvagem em si, Fukuoka relata os acontecimentos que o levaram a desenvolver o seu método e o impacto deste na terra, em si próprio e nas pessoas a quem o ensinou, explicando a razão que o leva a acreditar que ele oferece um modelo de sociedade prático e estável baseado na simplicidade e na permanência. Partindo do princípio de que curar a terra e purificar o espírito humano são a mesma coisa, "A Revolução de Uma Palha" tem por objectivo mudar as nossas atitudes para com a Natureza, a agricultura, a alimentação…
Tomás Maia Documenta 2022 | 9789895680139 | 240 pp. Na era do capital fictício é a própria ficção que é capital e que é o capital. Eis por que razão a arte — pela primeira vez na sua história — está a ser destruída no seu ser: o conceito operante do capitalismo financeiro é o mesmo pelo qual a arte se deixou pensar ao longo do seu percurso milenar: em grego, mimesis, em latim, fictio. «Arte contemporânea e capitalismo financeiro: se a primeira das duas designações tomará apenas o significado de índice histórico (pois interrogá-la em si mesma motivaria um outro livro), já a segunda será objecto de um prolongado exame (religioso e metafísico). Com efeito, trata-se sobretudo de tornar inteligível o modo como, na era contemporânea da história da arte (sobretudo a partir dos anos setenta do século passado), a criação artística começou a comprometer-se com a financeirização da economia (e o predomínio da finança coincide, precisamente, com o advento da…
Geoffroy de Lagasnerie BCF 2022 | 9789895339815 | 84 pp. «E se precisássemos de nos apoiar em princípios completamente diferentes para pensar a sexualidade e a luta contra as violências sexuais nos dias de hoje? É o que nos propõe Geoffroy de Lagasnerie neste texto que tem por objectivo transformar o espaço de discussão sobre as principais questões da política da sexualidade: a dominação, o consentimento, as zonas cinzentas, a influência, a impunidade, a perspectiva das vítimas. Um livro que lança as bases de uma concepção renovada, pluralista, libertadora e não repressiva do corpo, do desejo e da lei.»*O livro é a versão desenvolvida de uma conferência proferida por ocasião de colóquio «Édouard Louis: Escrever a violência», ocorrido na Cidade Universitária de Paris, a 19 de Junho de 2021.
Autores deste número: Amanda Booth, Agustín García Calvo, Charles Reeve, Corsino Vela, Eloy Santos, Erick Corrêa, Fernando Gonçalves, Francisco Norega, Gary Snyder, Jan Zwicky, Joëlle Ghazarian, Jorge Leandro Rosa, José Janela, Júlio do Carmo Gomes, Lina Kostenko, Luciano Moreira, Luísa Assis, M. Ricardo de Sousa, Manuel Rodrigues, Maria Manuel Restivo, Mauricio Centurion, Michael S. Harper, Miguel Brieva, Nik Holliman, Pedro Morais, Quim Sirera - Apesar da proximidade temporal com as barbaridades bélicas (a Guerra dos Balcãs foi há apenas trinta anos), a guerra parecia ter desaparecido do nosso horizonte, «orientada» para paragens mais distantes. Mas o ciclo infernal das desmesuras europeias voltou à carga, não lhe sendo estranho o insistente expansionismo para leste do capital ocidental, que pretende manter a sua hegemonia, a começar pela do poderio militar-nuclear. O n.º 9 da Flauta de Luz abre com três artigos sobre a guerra na Ucrânia, procurando situar as estranhezas que configuram o mais recente conflito europeu, terrível indicador do grau de impossíveis atingido…
Gilles Deleuze Barco Bêbado 2022 | 193 pp. Ora, Proust e os Signos, na sua durée bergsoniana, na sua duração de pensamento e expressão escrita , mais do que uma não-eucronia, oferece-nos a imanência da ontologia deleuziana, isto é, o indivíduo que escreve e afirma o seu pensamento não de uma forma lógica mas como construção de um documento sensível (plano de composição da arte ou plano da imanência da filosofia), um objecto temporal (no sentido da duração da produção sensível - poética - e da fruição - estética - de uma obra de arte) que, pela sua própria metamorfose estilística e pela sua criação conceptual, afirma o pensamento, Luís Lima.
Paul Mason Objectiva 2022 | 9789897845079 | 392 pp. Do autor de Pós-Capitalismo e Um Futuro Livre e Radioso, um manual para resistir coletivamente ao avanço da extrema-direita. Num momento de tensão geopolítica e de incerteza económica global, uma ideia transforma-se em evidência: o fascismo não é uma coisa do passado. À medida que a situação da Humanidade se agrava, os movimentos de extrema-direita ganham força, como um pesadelo coletivo recorrente. Para combater este sistema, temos de compreender o seu percurso, as suas raízes psicológicas na sociedade, a teoria política que lhe dá forma e as condições que o permitem. Acima de tudo, diz Mason, temos de entender o fascismo como um sintoma do inquestionável falhanço do capitalismo. Em Como Travar o Fascismo, Paul Mason, jornalista, professor universitário e ativista britânico, conta a história deste fenómeno político, faz um retrato arrepiante do seu movimento contemporâneo e traça um plano radical e otimista para derrotar a extrema-direita no século XXI. Das cinzas de…
bell hooks Orfeu Negro 2018 | 9789898868343 | 320 pp. "Nenhum outro grupo na América teve a sua identidade tão rasurada da sociedade quanto as negras. Raramente nos reconhecem como grupo autónomo e distinto dos negros, ou como parte integrante, nesta cultura, do grupo alargado de mulheres. Quando se fala de gentes negras, o sexismo opõe-se ao reconhecimento dos interesses das mulheres negras; quando se fala de mulheres, o racismo opõe-se ao reconhecimento dos interesses das mulheres negras. Quando se fala de gentes negras, a atenção tende a recair nos homens negros; quando se fala de mulheres, a atenção tende a recair nas mulheres brancas." bell hooks
Hannah Arendt e Giorgio Agamben Antígona 2021 | 9789726084051 | 72 pp. Um diálogo entre décadas e fronteiras, tão central no pensamento dos dois autores como urgente à luz dos muros e arames farpados que se erguem diante dos nossos olhos. Em 1943, em fuga da Alemanha nazi e exilada nos Estados Unidos, Hannah Arendt escrevia, na língua do país que a acolhera, o ensaio Nós, Refugiados, publicado na revista judaica The Menorah Journal. Nele abordava a crise de identidade do povo judeu, problematizando a condição do refugiado e as alardeadas virtudes da sua assimilação. Meio século depois, em Para Lá dos Direitos do Homem, publicado inicialmente no jornal Libération, Giorgio Agamben dialogava com o texto de Arendt para reflectir sobre o embaraço político e o próprio significado da figura do refugiado. no presente volume recupera-se este diálogo entre décadas e fronteiras, tão central no pensamento dos dois autores como urgente à luz dos muros e arames farpados que se erguem.
Peter Sloterdijk Relógio d'Água 2022 | 9789897832291 | 96 pp. Em que tempo vivemos quando as fake news perturbam até os políticos mais experimentados, os eleitores aceitam a incompetência e a mentira é transformada em verdade oficial por vários governos? Os ensaios reunidos neste livro abordam temas atuais, a emigração, o avanço dos populismos e da sua visão simplista do mundo, os meios de comunicação, a linguagem e a coesão social. O mais importante filósofo europeu atual desvenda o funcionamento das modernas sociedades capitalistas, discutindo o senso comum e as ideias preestabelecidas.